O montante de novos empréstimos para compra de casa deu um salto de 250 milhões de euros em Maio, elevando-o a 2045 milhões de euros, segundo dados revelados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Trata-se do valor mais elevado desde Dezembro de 2024, quando o montante (que não inclui renegociações de contratos) superou os 2089 milhões de euros.
Este crescimento é, em boa parte, explicado pelos jovens até aos 35 anos, que foram responsáveis por 58% desse crédito (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), o mesmo patamar de Abril e o mais elevado desde que foi criada a garantia pública. Esta medida, destinada precisamente a esta faixa etária, permite-lhes pedir mais crédito aos bancos – a totalidade do valor de aquisição se o orçamento familiar o puder aguentar –, ficando o Estado fiador até 15% desses empréstimos. Para além da garantia pública, os jovens também beneficiam actualmente da isenção de impostos na compra de habitação própria e permanente, nomeadamente o imposto municipal sobre transacções onerosas (IMT) e impostos de selo.
O aumento dos novos empréstimos explica que, em Maio, a carteira de crédito total à habitação tenha crescido 6,9%, em relação ao mês homólogo, a maior taxa de variação anual desde Agosto de 2008, para 106,1 mil milhões de euros, o mais elevado de sempre.
Em declínio estão as renegociações de crédito, que envolveram 391 milhões de euros, menos 60 milhões de euros em relação a Abril, e bem longe dos 772 milhões do mesmo mês de 2024.
Ainda em Maio, a taxa de juro média das novas operações de crédito registou a maior redução dos últimos nove meses, ao cair 0,11 pontos percentuais face a Abril, para 2,96% (inclui taxa mista, variável e fixa). Esta descida observou-se quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias se reduziram 0,10 pontos percentuais e 0,14 pontos percentuais, para 2,92% e 3,18%, respectivamente. A taxa média encontra-se no patamar mais baixo desde Outubro de 2022.
A descida das taxas Euribor – apesar de a maioria dos novos contratos ser feita a taxa mista – e a redução dos spreads explicam a descida da taxa média dos novos empréstimos e das renegociações.
Contrariamente à tendência em Portugal, a taxa de juro média das novas operações de empréstimos à habitação do conjunto dos países da área do euro aumentou 0,04 pontos percentuais, para 3,30%. Neste caso, Portugal apresenta a sexta taxa de juro média mais baixa, embora, em contrapartida, apresente a quarta taxa de juro dos depósitos mais baixa.
A fatia de crédito concedido a taxas mistas – período inicial a taxa fixa, passando depois a variável (Euribor) – continua a dominar, representando 72% dos novos empréstimos, ligeiramente abaixo dos 73,26% de Abril. Já no stock total de crédito, os contratos a taxa mista representavam 38%.
A preferência pelas taxas mistas é explicada pelo facto de se encontrarem mais baixas, com uma média que ficou em 2,82% em Maio, menos 0,08 pontos percentuais do que no mês anterior. Na taxa variável, o valor médio caiu de forma mais acelerada, em 0,25 pontos percentuais, para 3,01%. E a taxa fixa também diminuiu, neste caso 0,08 pontos percentuais, para 3,54%.
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