Reportagem Especial
A Ria Formosa é uma das paisagens mais deslumbrantes do Algarve. Estende-se por cerca de 60 quilómetros, entre o Ancão e a Manta Rota, e é composta por um sistema lagunar com ilhas-barreiras, penínsulas arenosas, sapais e viveiros. Mas este território é mais do que um destino turístico: é um espaço de trabalho, investigação e futuro.
Na Ria Formosa, o tempo não se mede pelo relógio, mas pela maré. É a maré que dita o ritmo da vida. Invade viveiros, alimenta salinas, embala os barcos e define a cadência de quem vive da ria. Só entre mariscadores e viveiristas, estima-se que existam pelo menos 1.300 profissionais.
Mas não são os únicos a ver o potencial da ria. Empresas e investigadores, isoladamente ou em colaboração com comunidades locais, desenvolvem projetos que transformam a Ria Formosa num espaço de ciência, economia e inovação.
A metáfora do sistema cardiovascular aplica-se bem a esta realidade: há um coração, há artérias e há vida a circular. Dentro de estruturas tubulares, fluem milhões de microalgas, um plasma verde que não pode parar.
A empresa Necton, fundada há 30 anos por um grupo de universitários do Porto, foi pioneira na produção de microalgas em Portugal. Escolheram a Ria Formosa como campo de ensaio e nunca deixaram de investir em investigação. Hoje, a Necton é a mais antiga produtora de algas da Europa e uma referência internacional no setor.
Além das microalgas, o sal também é um dos pilares da empresa. Explora as suas próprias salinas e compra matéria-prima a pequenos produtores locais, criando uma rede de valorização do território.
Com uma extensão de 60 quilómetros que abrangem os concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, a Ria Formosa é um ecossistema complexo. Entre ilhas, canais e bancos de areia, existe ainda um mundo escondido sob a superfície, um lodo rico em biodiversidade, que a ciência está a começar a explorar.
A proximidade da Universidade do Algarve e a ligação a outras instituições de ensino superior fizeram da ria um verdadeiro laboratório a céu aberto. A identificação de algas, por exemplo, é uma das áreas em destaque.
Direta ou indiretamente, estima-se que cerca de 8.500 pessoas dependam da Ria Formosa, desde a pesca e a apanha de bivalves até à transformação e comercialização de produtos locais.
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