Ao longo das paredes de duas salas contíguas, sucedem-se filas de tubos de ensaio. No seu interior, acumulam-se os verdes, dourados, roxos, negros, com formas espiraladas ou desenhos que lembram arte abstrata. São 10 mil tubos e balões que contêm outros tantos seres vivos: as microalgas e cianobactérias da Algoteca da Universidade de Coimbra (ACOI) – que desde 1974 tem vindo a isolar e a preservar este tipo de seres vivos e que conta hoje com 1.500 espécies e mais de 4.500 estirpes. Pelo caminho, foram descobertas novas espécies e investigados as múltiplos atributos que conferem a estes seres microscópios interesse científico e económico, e fazem da maior coleção de microalgas do mundo um acervo de características únicas.
Vistas como a matéria-prima do futuro, as algas têm um potencial económico que inclui a sua utilização em áreas como a saúde, a agricultura, o saneamento básico ou a produção de energia. Na agricultura, onde são usadas em fertilizantes e biopesticidas, a sua aplicação está em linha com a estratégia europeia “Do prado ao prato”, que visa reduzir para metade o uso de pesticidas até 2030. Na saúde, a investigação com microalgas cobre diversos campos, incluindo o das próteses hospitalares, como o projeto europeu NOMORFILM, que a ACOI também integrou – com a investigação de algas que produzem biomoléculas capazes de impedir a formação de biofilmes por bactérias patogénicas, reduzindo as hipóteses da prótese pelo paciente.
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