A propósito dos recentes acontecimentos na Guiné-Bissau, o coronel Carlos Mendes Dias explica no que consiste um golpe de Estado. O comentador da SIC estabelece quais as condições necessárias para que uma tomada de poder possa ser classificada nestes modos. 

“Um golpe de Estado é uma ação clandestina que é feita por um grupo muito restrito contra o que é a autoridade de facto”, começa por explicar Mendes Dias. 

Envolve que se aja “com surpresa” e “aniquilando autoridades importantes que desempenhem funções de chefia associadas ao poder”. 

Neste tipo de situação, “não há inflamação das massas populares”. O golpe é, simplesmente, levado a cabo por “elites” que “pertencem às instituições estruturantes do Estado ou aos seus aparelhos” – e aqui destacam-se as “elites militares”. “Se for assim, golpe de Estado pode ser igual a golpe militar”, nota. 

Em relação ao que se passou, nos últimos dias, em Bissau, Carlos Mendes Dias refere que “não tem lógica que quem ganhe eleições procure fazer essas coisas, porque são esses que vão para o poder”. “Há aqui qualquer coisa”, afirma. 

Já em relação à situação na Ucrânia, o coronel analisa a situação no terreno e comenta ainda as preocupações dos ucranianos, após as buscas que envolvem o até aqui chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky. Fala também sobre a fuga de informação propositada que acredita que terá existido quanto ao polémico telefonema entre Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca, e representantes do Kremlin.