Para o Manchester City, a melhor notícia desta quarta-feira de Liga dos Campeões é que o jogo já acabou. Em Madrid, foi 3-1 em golos, mas poderia ter sido mais, tal foi o domínio avassalador. Foi isto que o Real Madrid fez ao Manchester City, juntando um triunfo em casa ao 3-2 conseguido em Inglaterra – estará nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, para defrontar Atlético de Madrid ou Bayer Leverkusen (sorteio na sexta-feira).
Mais do que uma noite de sucesso individual, Kylian Mbappé, autor de um “hat-trick“, pareceu ter uma noite divertida – porque além dos três golos, o francês, em sintonia com o resto da equipa, pareceu divertir-se bastante num jogo em que pôde fazer o que quis. E o Real, talvez com o ímpeto da rivalidade com o City (até o tema Vinícius vs. Rodri espicaçou isso), acelerou mesmo quando não precisava disso.
Aquilo que o City levou a Madrid foi pouco mais do que vontade de assistir ao jogo na fila da frente. Quando tentava pressionar alto, a falta de intensidade de Marmoush, Savinho e Foden nesse labor deixava os centrais do Real com espaço para medir bolas longas.
Aos 4’, essa falta de pressão deixou Asencio lançar um passe que, com ajuda da má abordagem de Rúben Dias, deixou Mbappé isolado – fez um chapéu a Ederson, com um remate de primeira. E aos 29’ foi parecido, mas sem golo.
Quando o City abdicava da pressão alta, a defesa baixava mais e, aí, havia uma equipa muito alongada e alargada – havia, portanto, uma imensidão de espaço entre linhas fácil de explorar.
Aí, Bellingham pedia bolas entre linhas, alternando com Rodrygo, “Vini” e até Tchouameni. Como aos 33’, quando Bellingham entre linhas fez ruir todo o dominó do Real. Depois bastou ter a bola em artistas como “Vini” e Rodrygo, primeiro, e Mbappé, por fim, a driblar Gvardiol e bater Ederson com classe.
Que passe de Asencio e que classe na finalização de Mbappé ?????
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No fundo, era impossível ao City defender. Se pressionava alto, a falta de intensidade nessa pressão deixava bolas descobertas. Se abdicava da pressão, a linha defensiva baixava demasiado e havia espaço nas costas dos médios.
Eram problemas de uma equipa mal trabalhada (e macia na pressão, como provam os valores de duelos ganhos pelo Real), por oposição a uma equipa que sabe tudo do jogo e que encontrava soluções tranquilamente.
A dinâmica do Real também era um problema, já que as referências de marcação eram difíceis de identificar. Por um lado, havia aparentes jogos de pares com dois 4x4x2 simétricos. Por outro, o Real nunca tinha Bellingham, “Vini” e Rodrygo nos locais exactos.
O Mbappé entortou o Gvardiol de uma maneira… ??
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O brasileiro tanto aparecia no meio, sem bola, como depois desequilibrava pelo corredor. O inglês defendia pela esquerda, mas depois ia pedir bolas nas costas dos médios na zona central. No meio disto andava Rodrygo a procurar espaços livres e Mbappé a atacar o espaço.
Era um suplício permanente para jogadores passivos como Nico, Foden, Savinho e até Bernardo – Gundogan era o único aparentemente capaz de “morder”, mas muito desacompanhado.
Aos 62’ houve mais Mbappé. O City estava a defender “com os olhos”, mostrando uma passividade difícil de entender a qualquer nível, quanto mais numa Liga dos Campeões. E se já é difícil parar Mbappé com uma equipa de alto nível, é impossível se a equipa é fraca como a que o City levou a Madrid.
É noite de festa para o Mbappé e estamos todos convidados ??
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O francês recebeu uma bola na meia-direita e, com tempo e espaço para decidir, driblou Foden para dentro e rematou de pé esquerdo para o poste mais distante.
O City parecia estar apenas à espera da viagem de volta a Manchester, tal era a incapacidade para jogar – por vezes, parecia até algum desinteresse. E só quando o Real desligou do jogo é que a equipa inglesa trocou alguns passes e fez remates. Só assim poderia chegar ao golo que conseguiu aos 90+1′, com recarga de Nico a um livre de Marmoush.
PSG segue em frente
Dos restantes jogos desta quarta-feira, destaque para o apuramento do PSG, que voltou a vencer o Brest. Foi um atropelo por 7-0 que se junta ao 3-0 da primeira mão.
Já o PSV-Juventus teve 2-1 para os neerlandeses nos 90 minutos, resultado que levou a partida para prolongamento. A equipa de Eindhoven virou a eliminatória aos 98’ e fez a única surpresa da noite.
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