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No próximo 2 de dezembro, sambistas de todas as matizes vão comemorar, em Lisboa, o Dia Mundial do Samba. Para isso, Neném do Chalé, nascido no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, programou um encontro em que três grupos musicais celebrarão o ritmo brasileiro mais conhecido no mundo. “E que veio para Portugal para ficar”, afirma o artista, fundador do Bloco Cuiqueiros de Lisboa, que fará um ensaio aberto ao público no início do evento.
“Queremos que seja uma comemoração regada a muita alegria”, afirma Chalé ao PÚBLICO Brasil. “O samba, que nasceu da diversidade, tem, desde a sua origem, a missão de combater preconceitos. O samba é livre, agrega pessoas e combate a xenofobia e o racismo”, acrescenta o mangueirense. Durante um bom período, após o seu surgimento, o samba foi perseguido, com sambistas sendo presos pela polícia. “Mas, apesar de toda a repressão, o samba sobreviveu e, como dizia o compositor Cartola, ganhou o mundo”, frisa.
O Dia Nacional do Samba será comemorado no Hub Criativo do Beato, em Xabregas, Marvila, a partir das 19h. A celebração reunirá o Samba do Chalé, oriundo do universo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, o Coletivo Gira, que carrega uma forte representatividade feminina e LGBTQIA+, e o projeto Naquele Tempo, que resgata a essência do samba antigo com toques de choro. “Juntos, vamos oferecer uma noite diversificada e autêntica para os sambistas e apreciadores da música em Lisboa”, assinala Chalé.
Esquenta do carnaval
Na avaliação do músico, o samba conquistou um espaço expressivo em Portugal, com portas abertas para todos que desejem se manifestar por meio do ritmo. “Estamos falando de artistas já consagrados e daqueles que estão no início de carreira. Há espaço para todos, e essa é a grande força do samba, que não discrimina, integra”, reforça. Para Chalé, há hoje, em território luso, um público crescente que consome samba em todas as suas vertentes.
“O público em Portugal adora samba. E não falo só da centena de milhares de brasileiros que vivem no país. Estou me referindo a um publico diverso, multicultural”, frisa o artista. Por isso, complementa ele, a iniciativa de celebrar o Dia do Samba. “Teremos, nas comemorações, músicas consagradas por Almir Guineto, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Candeia, Beto Sem Braço, Beth Carvalho e Alcione, e claro, de mestres como Cartola, Zé Ketti e Noel Rosa”, detalha. “O público será brindado com o que há de melhor no universo do samba”, enfatiza.
Para Chalé, as comemorações do Dia Mundial do Samba também funcionarão como um esquenta para o carnaval de 2026. Será o primeiro com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, que assinou um acordo com a Embaixada do Brasil em Portugal para viabilizar os desfiles dos blocos de rua.
Nos últimos anos, as apresentações das agremiações carnavalescas foram limitadas, porque a Câmara insistia em tratar os desfiles como eventos culturais, cobrando pesadas taxas dos organizadores. Com o acordo, as apresentações ganharam conotação de manifestação cultural, podendo receber apoio de órgãos públicos.
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