Guerra no Médio Oriente
Organizações humanitárias acusam Israel de bloquear a entrada de ajuda essencial, com 6000 camiões retidos no Egito. O governo de Netanyahu nega responsabilidade, culpando o Hamas. A situação humanitária continua a degradar-se, com taxas alarmantes de desnutrição aguda e surtos de doenças.
Pelo menos 15 palestinianos morreram à fome nas últimas 24 horas em Gaza, elevando para 111 o número total de mortes provocadas pela escassez de alimentos. Dessas vítimas, 80 eram crianças.
Perante esta tragédia diária, dezenas de organizações humanitárias apelam a ações concretas contra Israel, acusando o governo de Benjamin Netanyahu de bloquear a entrada de ajuda essencial.
Yahya tinha menos de três meses. Morreu à fome. A mãe, Marwaft, enterrou o filho bebé entre o desespero e a revolta, sabendo que o leite em pó que poderia tê-lo salvo está retido na fronteira, impedido de entrar por decisão das autoridades israelitas.
Seis mil camiões com comida, água e medicamentos continuam retidos no Egito, sem autorização para entrar na Faixa de Gaza. Todos os dias, a fome mata. A maioria das vítimas são crianças e bebés.
Mais de 100 organizações não-governamentais alertaram para a fome generalizada e exigem pressão internacional sobre Israel para desbloquear a ajuda. Em resposta, o governo de Netanyahu emitiu um comunicado onde nega qualquer responsabilidade pela escassez de alimentos, atribuindo-a ao Hamas.
Após uma visita ao território, o presidente de Israel afirmou que Telavive está a agir em conformidade com o direito internacional — apesar dos relatos diários de fome extrema e morte.
Com os centros de distribuição de alimentos — geridos por Israel — transformados em zonas perigosas para os palestinianos, sobra a retórica da comunidade internacional, sem ações concretas.
Médicos em Gaza reportam taxas alarmantes de desnutrição aguda, especialmente entre crianças e idosos, além de surtos de doenças como diarreia severa. As condições continuam a degradar-se rapidamente.
A Agence France-Presse apelou a Israel para que permita a saída imediata dos seus jornalistas freelancers e respetivas famílias da Faixa de Gaza, invocando a falta de alimentos e a situação humanitária insustentável.
Esta quarta-feira, os ataques israelitas mataram mais 56 pessoas em Gaza. No mesmo dia, líderes da extrema-direita israelita reuniram-se no parlamento para debater um plano que prevê transformar Gaza na “Riviera do Médio Oriente” — um projeto semelhante ao apresentado por Donald Trump em 2020, que inclui a construção de habitação para mais de um milhão de colonos, zonas industriais e turísticas na costa.
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