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Os pets entram na onda da alimentação natural. E dão lucro | Negócios

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O empresário Tiago Tresca, 34 anos, sempre viveu com um pé em Portugal e outro no Brasil. O pai dele tem origem francesa e a mãe é portuguesa. Ainda bem jovens, os dois se casaram no Brasil e ali constituíram família. Quando Tiago tinha quatro anos, o casal decidiu fazer as malas e mudou-se de São Paulo para Lisboa. Em 2019, o empresário retornou à terra natal e, como CEO e co-fundador, lançou a foodtech A Quinta Pet, startup especializada em alimentação natural para animais de estimação. Agora, ele parte para a internacionalização da empresa, tendo Portugal como porta de entrada para a Europa. O objetivo? Faturar, neste ano, nas operações no Brasil e em Portugal, 4 milhões de euros (R$ 25 milhões).

Hoje, A Quinta Pet faz venda direta para mais de 50 petshops em São Paulo e possui uma fábrica em Presidente Prudente, interior do estado. Em Portugal, já trabalha com uma fábrica na aldeia de Trancoso, nas proximidades da Serra da Estrela (distrito de Guarda), que ajuda no desenvolvimento do produto para o mercado local. Assim que concluída essa etapa, será feito o lançamento da comida em território luso, com o apoio de parceiros distribuidores. O foco é a venda direta para petshops e clínicas veterinárias.

A história de amor de Tiago com os pets é antiga. Desde que se entende por gente, teve cachorros. Pouco antes do começo da pandemia, em 2020, ele adotou um cão. Em São Paulo, durante meses, pesquisou o mercado e percebeu que a produção de comida natural para pets no Brasil estava atrasada em relação ao exterior. Foi aí que viu uma janela de oportunidade. De volta a Lisboa, trouxe o projeto da foodtech na bagagem.

“Quando começamos o projeto, em 2021, uma das primeiras coisas que entendemos foi que, nos Estados Unidos e na Europa, o processo produtivo convencional de comida pet é o congelado. Já o mercado brasileiro é muito característico, pois o Brasil é um país tropical. Então, é um pouco mais difícil garantir a segurança alimentar, pois, se o produto descongela, estraga, e o pet não tem olfato para entender que o produto não está bom. Ele come de uma forma ou de outra. Esse foi nosso primeiro ‘pulo do gato'”, explica Tiago.



O brasileiro Tiago Tresca decidiu produzir uma comida 100% natural para os pets. Ele investe na internacionalização da empresa dele
Arquivo pessoal

Conservação

A solução foi investir em algo sem a cadeia congelada, mantendo toda a característica de um produto 100% natural, sem qualquer conservante ou químico. Para isso, Tiago fez parcerias com zootecnistas, engenheiros de alimentos, profissionais de fábrica e, juntos, chegaram à conclusão de que deveriam usar o processo de esterilização.

“De forma resumida: nesse processo, é como se colocássemos a comida em uma panela de pressão gigante e a cozinhássemos a vapor. Mas como conservar esse produto depois? Primeiro, começamos a importar as embalagens de Israel e, agora, compramos da Coreia do Sul. Essas embalagens conservam o produto por 12 meses e, após abertas, garantem a durabilidade da comida por mais três dias, desde que estejam em uma geladeira”, explica o empreendedor.

Ele conta que a alimentação para animais de estimação sofreu alterações com o tempo: antigamente, os pets comiam os restos de comida dos tutores; depois, surgiu a comida seca; em seguida, a enlatada; e, agora, a opção passou a ser a alimentação natural.

Sobre a expansão da empresa para outros países europeus, o paulistano conta que os planos futuros passam por Espanha, Itália, Alemanha e França, mas tudo vai depender de como o mercado reagirá ao desempenho das vendas do produto brasileiro em território luso. “Portugal é um país pequeno, que atrai pouca atenção dos grandes players. Mas é a porta de entrada ideal da Europa para começarmos a nossa expansão por países vizinhos”, frisa

Cardápio

Dentro da estratégia de crescimento dos negócios, o empreendedor antecipa que o principal motor será a inovação, com o cardápio à base de matérias-primas tradicionais da culinária lusitana. Isso inclui brócolis, feijão-verde, abobrinha, moela e óleo de girassol, que vão ajudar a produzir sabores como carne bovina com legumes ou peito de frango moído com açafrão das Índia.

Outro elemento do projeto é a Maia, uma atendente virtual que, por meio de Inteligência Artificial (IA), interage com o cliente no sentido de identificar necessidades e sugerir soluções. Maia é alimentada por uma equipe de veterinários e especialistas em nutrição animal, que dão dicas especialmente sobre a transição da alimentação industrializada para a natural.

“Estamos fortalecendo a nossa presença no Brasil com respaldo sólido para conquistar o mercado europeu. Temos tecnologia com potencial para inspirar uma mudança significativa no setor. As expectativas de sucesso são reais”, diz Tiago.

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