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Ouvir pela primeira vez: a operação que muda a vida de quem nasceu (ou ficou) surdo

Grande Reportagem SIC

Joana nasceu com surdez profunda. Aos 9 meses foi operada no D. Estefânia, em Lisboa, para colocar implantes cocleares nos ouvidos. Duas semanas depois regressou ao hospital para ativar os aparelhos. Nesse dia, desapareceu o silêncio e ouviu os primeiros sons do resto da sua vida. A Grande Reportagem “Ouvir Pela Primeira Vez”, para ver na íntegra.

Quem recebe os implantes nunca deixa de ser surdo. Se os retirar, volta a mergulhar num porfundo silêncio. Esta tecnologia permite apenas resolver uma avaria na cóclea, dentro do ouvido interno. É realizada uma operação para colocar um recetor debaixo da pele, com um cabo, com vários elétrodos, ligado à cóclea. O processador é a parte externa. Transforma o som em sinais elétricos que chegam depois ao cérebro.

Depois dos rastreios neonatais e de outros exames mais rigorosos, confirmada a surdez, a Direção-Geral de Saúde recomenda, no caso das crianças, que os implantes sejam feitos antes dos dois anos. É o caso de Carlota, agora com 9 anos. Recebeu os dois implantes ainda bebé. Teve de passar por várias sessões de terapia da fala e de ajustes do processador. Aos dois anos e meio já cantava o hino nacional. Hoje em dia frequenta uma escola regular e pratica patinagem artística e natação.

Quanto aos adultos, em Portugal não existe uma idade para se colocar um implante. Depois de perderem a audição, e num período de cerca de 10 anos, podem ser implantados, desde que o nervo auditivo, que liga o ouvido ao cérebro, ainda esteja a funcionar.

Sebastião Palha, com surdez profunda, depois das próteses que usa deste pequeno, decidiu colocar, aos 23 anos, um implante. Só nessa altura ouviu, pela primeira vez, o som de um espirro, da respiração ou do próprio vento. Tem como língua materna a língua gestual portuguesa, ainda que reconheça a importância do implante, que o coloca também no mundo dos ouvintes.

“Não me tenho que encaixar só naquele mundo. Posso estar nos dois mundos. Eu sou o Sebastião, acima de tudo, e que por acaso fala, e que por acaso também fala língua gestual”, diz Sebastião Palha, que é atualmente um dos poucos psicólogos clínicos surdos do país.

Em Portugal, o primeiro implante coclear foi feito há precisamente 40 anos, em Coimbra. Terão já sido sido realizadas cerca de quatro mil, entre hospitais públicos, que comparticipam todos os cutos, e os privados, onde uma operação em simultâneo aos dois ouvidos pode chegar aos 80 mil euros. Portugal tem sido também um dos países pioneiros, na Europa, no acompanhamento destes casos. Quatro décadas depois, são vários os casos de sucesso, entre crianças e adultos.

Ficha Técnica:

  • Jornalista: Luís Manso
  • Imagem: Rogério Esteves
  • Edição de Imagem: Rui Berton
  • Grafismo: Fernando Ferreira e Rolando Arrifana
  • Produção Editorial: Diana Matias
  • Colorista: Jorge Carmo
  • Pós-produção Áudio: Octaviano Rodrigues
  • Legendagem: Spell

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