O Papa Francisco passou bem a noite e está a descansar, apesar de permanecer em estado crítico devido a uma pneumonia bilateral, informou, esta segunda-feira, o Vaticano. De acordo com o pneumologista Luís Rocha, “embora lentamente, a situação está a evoluir de forma boa”.

“O facto de o Papa Francisco estar consciente, embora sob oxigenoterapia, o que é normal numa situação desta de infeção respiratória com pneumonia, e simultaneamente colaborante em alguns diálogos que vai estabelecendo com os seus cuidadores e com os profissionais de saúde envolvidos, é um indicador de que as coisas estão, embora lentas, a seguir um bom prognóstico”, afirmou Luís Rocha, acrescentando, que o tratamento vai continuar ainda por “bastantes dias”.

O pneumologista explicou que a insuficiência renal, também mencionada no quadro clínico, pode ser causada por fatores associados à infeção e à toxicidade dos fármacos utilizados no tratamento. No entanto, considera a situação “perfeitamente controlável e previsível” dadas as condições de saúde de Francisco.

Apesar dos sinais de recuperação, Luís Rocha alerta que o Papa poderá continuar a precisar de suporte de oxigénio devido à gravidade da infeção, possivelmente causada por micro-organismos menos comuns.

“Preocupa Roma, mas também Portugal”

À SIC notícias, o padre Jorge Oliveira diz que a preocupação com o estado de saúde do Sumo Pontífice ultrapassa as fronteiras do Vaticano.

“É uma notícia que nos inquieta a todos. Mas diria que não é só uma notícia que preocupa Roma, preocupa também Portugal. Ontem, vários fiéis perguntaram-me como é que está o Papa, o que é que podemos fazer por ele. Há uma preocupação também, penso eu, entre pessoas, até não crentes”, afirmou.

Com 88 anos, Francisco tem um longo historial de problemas de saúde e, nos últimos cinco anos, foi internado quatro vezes devido a problemas respiratórios, uma hérnia e foi ainda operado ao intestino.