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Em Portugal, os partos em casa continuam a dividir médicos e enfermeiros. Há quem defenda que trazer a prática para o Serviço Nacional de Saúde pode ajudar a combater o caos nas urgências de Ginecologia e Obstetrícia.

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Samuel foi um dos 869 bebés que nasceu em casa em 2023.
“Lembro-me de olhar para as parteiras e dizer: ‘posso puxar? É que eu já não aguento mais’ e elas: ‘Força, força, à vontade’. Fiz força ele saiu. (…) Estava de joelhos e fui buscá-lo e pu-lo em cima de mim”, conta a mãe.
“Hoje em dia as pessoas têm partos em casa porque podem, antigamente as pessoas tinham partos em casa porque não podiam escolher”, explica Mário João Santos, especialista em estudos sociais sobre nascimento.
Do lado dos enfermeiros, as recomendações são claras: a assistência de pelo menos por duas enfermeiras especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia certificadas para exercer em Portugal, uma gravidez vigiada e de baixo risco, um tempo máximo de 30 minutos entre o domicílio e o hospital, e uma gravidez de termo que não ultrapasse as 42 semanas de gestação.
“Julgo que dar mais opções às grávidas de baixo risco vai aliviar os serviços de saúde. (…) Faz-nos muita confusão que estejam a fechar serviço, a recusar atendimento a grávidas, quando têm especialistas para as receber com segurança, com uma segurança muito superior do que os profissionais das ambulâncias”, afirma Isabel Ferreira, da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras.
A SIC perguntou ao Ministério da Saúde se há, ou não, abertura para a integração da prática no SNS, mas não obteve resposta.
Alguns estudos feitos no Reino Unido mostram que a taxa de mortalidade perinatal diminui quando cresce o número de partos fora do ambiente hospitalar, mas com assistência diferenciada.
“Quando faço duas ou três perguntas relativamente aos motivos para terem um parto em casa, as pessoas acabam por perceber que não querem ter um parto em casa. (…) Simplesmente não querem ter um parto no hospital. (…) Por isso é que termos casas de parto seria tão importante em Portugal”, defende a advogada Mia Negrão.
Unidades conhecidas pela baixa intervenção, algumas até localizadas no perímetro hospitalar, facilitando, assim, o socorro em caso de emergência.
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