Incêndios em Portugal
Investigador de fogos da FEUP considera decisão de Montenegro de não avançar para pedido de ajuda internacional adequada face aos “critérios técnicos” que devem ser cumpridos.

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Em entrevista à SIC Notícias, Abílio Pereira Pacheco, investigador de fogos da universidade do Porto, defende que “não se pode continuamente estar a pedir meios sem ter sem seguir critérios técnicos”.
Na sequência das declarações dadas esta quarta-feira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que lembrou que pedidos desta ordem “obedecem a critérios de natureza técnica e operacional que terão de ser atendidos”, Pereira Pacheco valida a decisão política confiando que os critérios técnicos “estão a ser rigorosamente seguidos”.
Na sua opinião, existe “um empolar de uma situação que não tem qualquer sentido“.
Em termos de prevenção, o especialista defende que “o que é necessário em termos de gestão é descobrir formas que, na verdade, até já existem“.
“É preciso implementá-las através de políticas públicas dirigidas. Formas que tornem rentável desenvolver atividades que, por consequência, resultarão na diminuição do mato disponível para arder tecnicamente”, afirma.
Pereira Pacheco afirma que “não há tecnologia nenhuma neste planeta que possa parar um fogo” e o que contribui para que o combate seja “impossível tecnicamente”, aos dias de hoje, é “termos muita massa, muito combustível, disponível para arder”.
“Antigamente havia aquilo que eu chamo o ciclo do estrume, que era uma atividade. As pessoas, inclusive, chegavam a comprar mato e esse mato era usado para fazer a cama dos animais, que, por sua vez, também aqueciam as casas, e que, por sua vez, era transformado em fertilizante”, recorda.
O problema é que com o surgimento dos adubos, essa atividade, que reduzia o mato e, consequentemente, o combustível disponível para arder, deixou de existir “e ninguém quer voltar a esse tempo”.
Assim, o investigador apela a que sejam implementadas políticas que visem estas atividades que, por consequência, “levem a este resultado [de controlo do mato]”.
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