Aceitar a proposta norte-americana de cessar-fogo em que a Ucrânia é obrigada a ceder uma porção considerável do seu território seria o mesmo que uma “capitulação”, afirmou este domingo o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius.
O ministro interino deu uma entrevista à estação pública ARD em que comentou os últimos desenvolvimentos relativos à negociação de um cessar-fogo na Ucrânia. Começando por admitir que Kiev terá de abrir mão de algum território para poder alcançar um cessar-fogo com a Rússia, Pistorius argumentou que não se pode ir tão longe como prevê a proposta que nos últimos dias tem sido defendida pela Administração Trump.
“A Ucrânia poderia, por si própria, ter obtido há um ano aquilo que estava incluído nessa proposta, é algo comparável a uma capitulação”, declarou o ministro.
Os EUA têm pressionado a Ucrânia a aceitar um acordo proposto pela Rússia que inclui o congelamento da linha da frente no seu modelo actual, abrindo caminho, receia Kiev, a uma aceitação tácita das ocupações russas no seu território. Moscovo quer também que os EUA reconheçam a anexação da Crimeia e que a Ucrânia seja proibida de integrar a NATO.
No sábado, Trump reuniu-se durante alguns minutos com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enquanto ambos estiveram em Roma para o funeral do Papa Francisco. Os dois líderes disseram que o encontro foi positivo e que foram dados passos importantes rumo a uma proposta mais aceitável para Kiev.
No entanto, não é claro de que forma a Rússia e a Ucrânia poderão chegar a um acordo que ponha fim à guerra iniciada há mais de três anos.
Já depois do encontro com Zelensky, o Presidente norte-americano criticou a Rússia por causa dos ataques sucessivos que tem feito contra o território ucraniano e questionou a vontade do Presidente russo, Vladimir Putin, em alcançar um acordo de cessar-fogo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse, numa entrevista à CBS News, que Moscovo irá continuar a atingir os alvos ucranianos que considera necessários. “Iremos continuar a visar os locais usados pelo Exército da Ucrânia, por alguns mercenários de países estrangeiros e por instrutores enviados oficialmente pelos europeus para ajudar a atacar locais civis russos”, afirmou.
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