Após saberem os resultados das eleições deste domingo, um grupo de estudantes fechou, na madrugada desta segunda-feira, o Liceu de Camões a cadeado. Matilde Ventura, porta-voz do movimento, referiu ao Azul que os portões da escola já se encontram abertos e que foi realizada uma Assembleia Geral em frente à escola onde se concentraram, refere, “cerca de uma centena de alunos”.

“Antecipámos a Assembleia Geral que estava marcada para as 10h e o que ficou decidido é que não vamos deixar que este novo Governo que nos condena ao colapso tome posse”, disse a porta-voz do movimento Fim ao Fóssil. Como? Com “várias acções” que ainda serão planeadas para este próximo semestre,”, referiu Matilde Ventura lembrando as ocupações de escolas e ministérios realizadas no passado.

Matilde Ventura adianta ainda que esta acção de segunda-feira é apenas um “sinal” do que vai ser planeado para o próximo semestre. “Vamos ser cada vez mais assertivos com os protestos, somos cada vez mais e por isso o poder estudantil tem cada vez mais força”, avisou.

Cadeados retirados

Contactada pela Lusa, pelas 08:50, a PSP disse que no local já estavam alguns agentes a garantir a reabertura da escola. A polícia terá identificado um aluno, dizem os estudantes, mas não terá dado explicações sobre a sua actuação.

De resto, os cadeados foram retirados e a escola já se encontra aberta. Já voltou tudo ao normal? “Não”, reponde Matilde Ventura, revelando que a assembleia geral vai definir as formas de luta e que, a partir de agora, com o novo Governo “os estudantes não terão dias, nem semanas, nem meses normais”.

“Este Governo não se compromete com o Fim do Fóssil em 2030, como exigimos, e não tem nenhuma medida que garanta o nosso futuro. Não aceitamos isso”, reforça a estudante.

“A nossa geração não vai aceitar”

Citado no comunicado, o estudante do Liceu Camões Lucas Cavaquinha também protesta: “Eu tenho o direito a ter um futuro e é por isso que estou aqui hoje. Nós não podemos aceitar mais um governo que nos condena ao colapso climático. A nossa geração não o vai aceitar.”

O estudante acrescenta ainda que “nesta assembleia vamos perceber como é que não vamos dar paz a este novo governo, até se comprometer com a reivindicação dos estudantes”. “Se eles não se comprometerem, não vão poder governar.”

O protesto começou às 6:00 da manhã quando vários estudantes se reuniram frente ao Liceu Camões onde se podiam ler faixas com as mensagens: “Greve Estudantil pelo Fim ao Fóssil até 2030”.