A candidatura da antiga ministra Ana Mendes Godinho à presidência da Câmara Municipal de Sintra, apoiada por uma coligação autárquica PS/Livre, foi este domingo, 6 de Julho, apresentada como um projecto em defesa da liberdade e da democracia, contra “retrocessos”.
Durante a sessão de apresentação da candidatura, que juntou, entre outros, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, e o co-porta-voz do Livre, Rui Tavares, numa escola básica na freguesia de Algueirão-Mem Martins, foi anunciado que o antigo ministro e autarca socialista João Soares será o candidato à Assembleia Municipal de Sintra.
Num concelho em que o Chega foi a força mais votada nas legislativas antecipadas de 18 de Maio e tem a deputada Rita Matias como candidata à Câmara Municipal, Ana Mendes Godinho afirmou que a sua candidatura é “contra a política do medo, do ódio e da divisão”.
“Nós sabemos que há quem queira transformar a frustração das pessoas em raiva, a diversidade de Sintra numa ameaça, mas nós escolhemos outro caminho. Em Sintra, connosco, comigo, nunca serão lidos nomes de crianças em voz alta para acentuar as nossas diferenças”, prosseguiu a antiga ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Ana Mendes Godinho acrescentou que a sua candidatura “não se levanta contra ninguém, levanta-se por todos” e que “Sintra não precisa de regressos, nem retrocessos”. “Sintra precisa só de respostas de proximidade, de energia, de trabalho, de coragem para fazer diferente.”
“É com a força da democracia que vamos derrotar a demagogia, o populismo e todos quantos querem colocar em causa a saúde do nosso projecto”, declarou, no mesmo sentido, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro.
Rui Tavares, do Livre, apontou “a liberdade” como um valor que une os dois partidos nesta candidatura autárquica: “É em nome da liberdade que nós nos candidatamos também. Da liberdade de todos e todas os sintrenses.”
O actual presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, que não se pode recandidatar por limite de mandatos, discursou em último lugar e foi o único que se referiu expressamente ao partido Chega, considerando que o PS não vai “interromper o ciclo de vitórias” em Sintra, mas que “desta vez não é fácil”.
“Nós temos aqui um problema que é a subida da extrema-direita e isso é grave para nós, porque uma coisa é voltar ao passado, e a lista do PSD é claramente um regresso ao passado, mas a lista do Chega é voltar ao passado com problemas sérios na liberdade individual e colectiva”, disse Basílio Horta. Segundo o autarca, isso “deve mobilizar seriamente” a candidatura conjunta do PS e do Livre, “para além dos problemas autárquicos”.
“Eu acho que quem preza a democracia, quem preza a liberdade não pode votar no Chega, e é bom dizer isso com total clareza, porque há guerras que têm de ser travadas em tempo útil. É este o tempo de as travar”, defendeu Basílio Horta.
A Câmara de Sintra, no distrito de Lisboa, é liderada pelo PS, que em 2021 obteve cinco mandatos, tendo a coligação do social-democrata Ricardo Baptista Leite conseguido quatro eleitos. O Chega elegeu Nuno Afonso, que passou a independente, além de Pedro Ventura.
Até ao momento, são também conhecidas as candidaturas de Marco Almeida (PSD/IL), Maurício Rodrigues (CDS-PP) e Pedro Ventura (coligação PCP/PEV).
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