Cultura
Antes de fazer parte do filme que viria a valer-lhe o prémio mais ambicionado da sétima arte, a norte-americana participou em diversos projetos, dos quais se destaca uma longa-metragem de Quentin Tarantino, uma participação que mudou o rumo da sua carreira.
DANIEL COLE
Filha de psicólogos, irmã de quatro e a poucos dias de completar 26 anos, Mikaela “Mikey” Madison juntou-se à lista de vencedoras do Óscar de “Melhor Atriz” pelo seu papel no também galardoado filme “Anora”. Do hipismo ao Olimpo da representação, a jovem artista que encantou o realizador Sean Baker já contracenou com alguns dos principais nomes de Hollywood.
Apesar da tenra idade, experiência é algo que não lhe falta. A norte-americana nascida em Los Angeles ingressou no universo da representação aos 14 anos com participações em diversas curtas-metragens.
Em 2015, altura em que decidiu parar dedividir o tempo entre o grande ecrã e o hipismo, uma atividade com longa tradição na sua família, participou pela primeira vez numa longa-metragem (“Liza, Liza: Skies Are Grey”) e logo como protagonista.
A “introdução à representação”
Essa participação, entre 2016 e 2022, catapultou o nome da jovem para a ribalta. Mikey Madison disse mesmo, em entrevista à revista The Cut, que esse papel foi a sua “introdução à representação”.
Nesta consagrada comédia dramática, a sua personagem integrava o culto de Charles Manson.
Antes de fazer parte do filme que viria a valer-lhe o prémio mais ambicionado da sétima arte, Mikey Madison ainda participou na longa-metragem “All Souls”, em 2023.
O convite de Sean Baker
Atuações como a que desempenhou em “OnceUpon a Time… in Hollywood” foram suficientes para o realizador Sean Baker ficar convencido e convidar a atriz para “Anora”, que não precisou sequer de ser submetida a uma audição.
“Disse sim mesmo antes de ler o guião. Eu sabia que tudo o que ele criasse seria algo de que eu gostaria de fazer parte”, revelou à The Cut.
A produção mais galardoada da noite de entrega dos Óscares – incluindo “Melhor Filme” – retrata a vida de uma ‘stripper’que vive em Nova Iorque e que vê a sua vida mudar radicalmente quando conhece o filho de um oligarca russo.
Falar russo e conviver com profissionais do sexo
Para o filme, Mikey desenvolveu a sua capacidade de falar russo, uma língua que não desconhecia totalmente já que uma das avós, nascida na Lituânia, falava a língua europeia.
Para aprofundar a sua relação com a personagem “Ani” também contactou com profissionais do sexo, teve aulas de dança e assistiu a inúmeros documentários sobre o universo da prostituição, revelou a atriz na mesma entrevista.
Após receber o Óscar de “Melhor Atriz”, a norte-americana destacou a importância do trabalho de preparação que executou:
“Mudou a minha vida de muitas formas, não só pelo que está a acontecer agora, mas pela experiência de trabalhar com o Sean Baker e de conhecer tanta gente incrível na comunidade de trabalhadores do sexo, que foi uma parte maravilhosa disto.“
O próximo passo
Agora, a estrela de Hollywood em ascensão, a nona mais jovem de sempre a levar para casa a estatueta dourada de “Melhor Atriz”, garante não ter pressa de dar o próximo passo na carreira.
“Acho que estou a pensar muito bem no próximo trabalho que vou escolher por muitas razões diferentes. Agora sei quem sou como ator e artista. Sei como me quero sentir a fazer um filme. Tive a sorte de ter todos os trabalhos que tive, mas quero sentir – nem que seja só um bocadinho – como me senti a fazer o filme do Sean no meu próximo. Por isso, é importante para mim estar apaixonada pela personagem. É um trabalho emocional que estou a fazer e, por isso, estou à espera de algo que fale realmente comigo. É nisso que tenho estado a pensar e, neste momento, ainda estou à espera disso”, revelou ao portal Dazed, citado pelo New York Post.
À The Cut garantiu que pretende também focar-se em projetos criativos de autoria própria, em parceria com o irmão gémeo.
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