Só o Drácula pode discordar: todos adoram o Sol. Não é mesmo, Roy Ayers? Numa bela noite de Verão em 1976, o vibrafonista norte-americano e a sua banda entravam nos Electric Lady Studios, histórico ninho de Jimi Hendrix, em Nova Iorque, e, de forma relativamente espontânea, gravavam Everybody loves the sunshine, pérola destinada a atingir um estatuto lendário desde que aterrou na fita magnética. Notas de piano espaçadas e ambíguas. Um sintetizador derretido pelo calor que se arrasta pelo pôr-do-sol da canção, volta e meia levitando rumo à estratosfera. Um baixo ácido, contagiante. E duas vozes, a de Ayers e a da cantora Debbie Darby, a girarem em torno da sua simplicíssima e bela descrição do Verão e de tudo o que este tem de bom: “Folks get down in the sunshine, folks get brown in the sunshine (…) just bees and things and flowers.”
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