Antigo guarda-redes diz que português é uma «mais-valia»

Rui Silva foi a figura maior do Sporting no encontro de quarta-feira diante do Dortmund, mantendo a baliza a zero, alcançando a 100.ª folha limpa da carreira profissional e para tal muito contribuiu o facto de ter defendido uma grande penalidade batida por Serhou Guirassy.

O antigo guarda-redes do Sporting e da Seleção Nacional Beto Pimparel, hoje com 42 anos, não tem dúvidas de que Rui Silva «é uma mais-valia» para o clube de Alvalade, isto após ter chegado em janeiro em regime de empréstimo do Betis de Sevilha, com uma cláusula de compra em junho de €4,8M.

Beto ficou na memória dos adeptos de futebol depois da final da Liga Europa, em Turim, entre Sevilha e Benfica, em 2014, na qual defendeu, no desempate por grandes penalidades, defendeu os remates de Rodrigo e Oscar Cardozo. Assim, quando é chamado a falar sobre castigos máximos, fala com conhecimento de causa. «Defender grandes penalidades é muito mais instinto do que treino. O trabalho de campo prepara-te o corpo para outras coisas mas neste vetor específico, é quase tudo instinto», assegura.

Guarda-redes comemorou 100 jogos sem sofrer golos diante do Dortmund

Rui Silva cometeu um erro no jogo diante do Arouca (2-2), no qual ao tentar receber um passe de St. Juste acabou por introduzir a bola na própria baliza. Mas esta falha não o afetou, pelo menos tendo em conta a exibição em Dortmund. «O passe foi para o seu pé direito, que não é o dominante, e não a conseguiu captar em condições. É um erro que acontece. No entanto, ultrapassou a folha e isso é prova da sua experiência e maturidade», defende Beto.

Rui Silva já vai nos 31 anos e com 308 jogos ao mais alto nível entre Nacional, Granada, Betis, Sporting, Seleção Nacional e sub-21. E esta experiência acumulada, no entender de Beto, só traz vantagens aos leões. «A defesa é maioritariamente composta por jogadores jovens e a segurança e serenidade que o Rui apresenta acaba por tranquilizar os companheiros de setor, que poderiam denotar alguma inexperiência», analisa.

Rui Silva foi aposta constante de Rui Borges desde que chegou a Alvalade, tendo-se estreado em Vila do Conde, diante do Rio Ave (3-0), apenas quatro dias depois de ter assinado pelos leões. Apenas não foi utilizado diante de RB Leipzig (1-2) e Bolonha (1-1) porque na altura não estava inscrito na UEFA Champions League. «Ele adaptou-se muito bem. Às vezes não gostamos deste ou daquele colega ou não apreciamos determinado sistema de jogo. Mas no caso dele não. Está firme e tranquilo e faz-me lembrar o Diogo Costa. Nunca nada se passa», adianta.

O keeper natural da Maia fez a formação no clube local, tendo ainda uma passagem pelo futsal. No currículo tem uma internacionalização, num particular diante de Israel, na preparação para o Euro-2020 para o qual foi convocado mas não jogou. Será que com esta injeção de mediatismo por força do regresso a Portugal estará mais perto de regressar às opções da turma das Quinas? «É complicado porque estamos, felizmente, muito bem servidos de guarda-redes e há quatro ou cinco muito boas opções. Porém, o Rui é sempre um nome a ter em conta», responde a concluir.