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Stonehenge: povos da Idade da Pedra terão transportado rochas por mais de 200 km

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Novas investigações sugerem que os povos da Idade da Pedra transportaram manualmente pedras de várias toneladas por centenas de quilómetros até Stonehenge.

Stonehenge: povos da Idade da Pedra terão transportado rochas por mais de 200 km

Kris Schulze/Pexels

Novas investigações sugerem que os povos da Idade da Pedra poderão ter transportado, apenas com recurso à força humana, as enormes pedras do anel interior de Stonehenge por uma distância superior a 200 quilómetros. As conclusões desafiam a ideia de que as rochas teriam sido deslocadas por glaciares.

Apesar de não serem as maiores pedras do monumento, os blocos conhecidos como bluestones pesam cerca de 3,5 toneladas cada. A sua origem está nas montanhas Preseli, no País de Gales, a mais de 200 quilómetros da planície de Salisbury, onde se ergue Stonehenge.

“O esforço humano envolvido na aquisição e movimentação destas pedras por tais distâncias não pode ser sobrestimado”, afirmou o arqueólogo Richard E. Bevins, da Universidade de Aberystwyth, citado pelo site Anthropology.Net. “Isto demonstra um nível notável de planeamento e organização no Neolítico.”

Teoria antiga posta em causa

A possibilidade de transporte de glaciares foi inicialmente avançada em 1924, quando o arqueólogo britânico William Hawley descobriu o chamado “rochedo de Newall”. Um dos assistentes da escavação, R.S. Newall, sugeriu que essa rocha e outras semelhantes teriam sido deslocadas por glaciares desde o País de Gales.

Desde então, a hipótese glaciar tem coexistido com a tese do transporte humano. O novo estudo, liderado por Bevins, argumenta que as marcas presentes nas pedras não resultam de abrasão glaciar, mas sim de desgaste superficial e intervenção humana.

Bevins et al, J. Archaeol. Sci. Rep., 2025

Marcas humanas nas pedras

Segundo a equipa de investigadores, os fragmentos encontrados em Stonehenge apresentam danos nas arestas que indicam uma modelação deliberada e não erosão. 

A análise feita em 2023 revela uma correspondência perfeita entre os fragmentos e um afloramento rochoso nas montanhas Preseli, conhecido como Craig Rhos-y-Felin. 

“A assinatura geoquímica era uma correspondência perfeita”, afirmam os investigadores. “Não havia ambiguidade quanto à sua origem.”

Mas nem todos os especialistas concordam com estas conclusões. O arqueólogo Brian Stephen John, da Universidade de Durham, defendeu num artigo de 2024 que “a explicação mais simples para a presença das bluestones em Stonehenge é que são de glaciares, depositadas pelo gelo num local ainda por identificar na planície de Salisbury ou nas suas proximidades, e mais tarde recolhidas pelos construtores”.

A equipa de Bevins, no entanto, refuta esta hipótese: se os glaciares tivessem transportado essas pedras, deveriam existir outros exemplares semelhantes espalhados pela região. “A ausência total de doleritos erráticos a leste de Narberth… argumenta fortemente a favor do transporte humano”, defendem os investigadpres.

Uma viagem ainda por explicar

O modo exato como as pedras foram transportadas continua por esclarecer. Sabe-se que os povos do Neolítico usavam trenós, troncos e cordas, mas os pormenores logísticos de uma travessia com centenas de quilómetros permanecem um mistério.

Outro dado impressionante é que a chamada Pedra do Altar pode ter sido transportada de um local ainda mais distante: de acordo com pesquisas publicadas no ano passado, a rocha terá percorrido cerca de 750 quilómetros desde a Escócia até à planície de Salisbury.

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