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Quase 18 meses após uma investigação da Amnistia Internacional ter alertado para o risco dos jovens serem atraídos por um “buraco negro” de conteúdos tóxicos no TikTok — relacionados com depressão, suicídio, dietas extremas e imagem corporal — a organização acusa a plataforma de continuar sem reconhecer o problema nem apresentar novas medidas específicas para o resolver.
Jeff Chiu/AP Photo
A investigação simulou o comportamento de adolescentes de 13 anos e revelou que, apenas 20 minutos após criarem uma conta e mostrarem interesse por temas de saúde mental, o feed “Para ti” começou a apresentar uma quantidade elevada de conteúdos sobre depressão e suicídio — alguns deles a romantizar ou encorajar esses temas.
Segundo a Amnistia Internacional, em comunicado, a plataforma não reconheceu o problema do “buraco negro” de conteúdos relacionados com a depressão e o suicídio, nem demonstrou ter implementado novas ações específicas para o resolver.
Na sua avaliação de risco de 2024, ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais da União Europeia (UE), o TikTok admite que conteúdos repetitivos podem afetar negativamente o bem-estar mental, sobretudo dos mais jovens, mas continua a recorrer a soluções técnicas já existentes, como filtros de conteúdo e redefinição do feed.
A Amnistia destaca também a forma como o TikTok recolhe e utiliza dados dos utilizadores, incluindo sinais do seu estado emocional, para personalizar o conteúdo — algo que, segundo a organização, viola o direito à privacidade.
A plataforma nega, mas admite usar algoritmos de aprendizagem automática para evitar recomendações repetidas de temas sensíveis, o que não terá resolvido o problema identificado em 2023.
“A sugestão da Amnistia Internacional de que o TikTok está de alguma forma ciente e utiliza o estado emocional do utilizador para recomendar conteúdos é uma caracterização errada do funcionamento da nossa plataforma”, afirmou a plataforma em resposta à análise da ONG.
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