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A espera acabou. Produtora e atriz da peça Não, que estreia no dia 15 de maio, em Lisboa, Adriana Birolli já chegou à capital portuguesa, pronta para pisar no palco do Teatro Armando Cortez. A intérprete curitibana de 38 anos conta que tenta trazer um espetáculo para Portugal há mais de 10 anos. “No final do ano passado, eu decidi que ia apresentar Não aqui, custe o que custasse”, diz Adriana, depois de desembarcar em solo luso.“Botei dinheiro do meu próprio bolso, mas estou me sentindo realizada. Eu amo Portugal e é a primeira vez que produzo um trabalho no exterior”, comemora.
De autoria do mineiro Diogo Camargos, 39, que também assina a direção, a comédia mostra a dificuldade que algumas pessoas têm em dizer não, problema que Adriana já enfrentou (e enfrenta) várias vezes na vida. Na obra, a personagem não quer ir a um jantar em família, para festejar o seu aniversário, preparado pela sua mãe.
“Depois de dois anos em turnê, conhecendo tantas pessoas e com o feedback que eu venho tendo, já estou acreditando que qualquer ser humano tem problema em dizer não”, avalia a atriz. “Eu também tenho, sou humana. Não gosto de dizer não para a minha família”, acrescente.
Adriana, que está em cartaz com a peça desde 2023, acredita que vem aprendendo cada vez mais sobre o tema com o público. Até agora, Não foi assistido por mais de 32 mil pessoas, em 31 cidades, de 14 estados brasileiros.
“Eu passei muito por isso com os meus amigos. Hoje em dia, eu já consigo saber quando posso falar sim ou não. Porque o não é uma vigilância diária. Não tem um momento que a gente aprende a falar não e está tudo resolvido”, explica.
Questão de educação
A ideia de montar um texto cômico veio depois de a atriz assistir ao espetáculo A Última Hora, também de Diogo Camargos. Como era época de pandemia, a peça foi encenada no quintal da casa de Adriana, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“Eu pedi para ele escrever para mim algo que tivesse um tema universal e que fosse engraçado também. Eu acredito que a comédia é o meio mais fácil para se comunicar com o público. E, ao longo do espetáculo, vão acontecendo situações que são muito próximas das pessoas. Tem coisa de trabalho, de relação amorosa. Acho que é por isso que a plateia se identifica com a personagem e se envolve tanto com a história. Fica até mais simples de se abrir para essa transformação”, analisa.
Camargos, que também está em Lisboa, concorda. “Toda hora a gente está no meio dessa encruzilhada de querer falar não e acabar falando sim”, frisa ele, que pondera. “Não dá para dizer não para tudo porque isso envolve educação e uma série de outras coisas. É legal que a gente brinca com isso na peça”.
Adriana lembra que tinha 18 anos quando visitou Portugal pela primeira vez. “Eu me identifico muito com esse lugar. Quando a gente chega, entende de onde veio. A gente também se vê na arquitetura, no jeito do português”, derrete-se a artista, que não visitava o país há algum tempo.
“Acho que a última vez foi em 2013 ou 2014. Mas, depois da temporada, eu ainda fico mais 10 dias aqui. Quero conhecer melhor os lugares, é tudo muito perto. No Brasil, fazendo a turnê, eu pegava viagens de avião que duravam quatro horas e meia. Nesse tempo, já estou longe de Portugal”, brinca.
Saudade das novelas
Na volta ao Brasil, ela retomará a turnê no dia 20 de junho, em Niterói, município do Rio. Depois, o espetáculo segue para Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Salvador, entre outras cidades.
Longe da TV desde 2019, quando atuou em Jezabel, da Record, Adriana confessa que sente saudade de fazer novelas. Na Globo, seu último folhetim foi Totalmente Demais, em 2015.
“É um ritmo de trabalho que muita gente que faz se queixa, pois é muito intenso. Mas eu gosto”, afirma Adriana, que veio para Lisboa com o noivo, o diretor de TV Ivan Zettel, 63, com quem, depois de sete anos de namoro, vai se casar em 2025. “Vamos fazer uma festa pequena, não vai ser nada gigantesco, mas com pessoas que a gente ama e que amam a gente”, afirma.
Não ficará em cartaz até 1º de junho, de quinta a sábado, às 21h, e, domingo, às 18h, no Teatro Armando Cortez, na Estrada da Pontinha, 7, Lisboa. O ingresso custa 20 euros (R$ 120).
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