Um doente com um traumatismo crânio-encefálico esperou mais de cinco horas para ser transferido do hospital da Covilhã para Coimbra. Os profissionais da Covilhã ativaram o helitransporte, mas a ausência de helicópteros do INEM atrasou muito o transporte que, por ambulância, teria demorado uma hora e meia.

Na SIC Notícias, o médico Francisco Goiana da Silva diz ter dúvidas sobre o porquê de ter sido ativado um meio aéreo do INEM, até porque, o doente “não parecia ter indicação extrema para helitransporte”.

“Não me é claro porque é que a opção dos colegas da Covilhã tenha sido ativar um meio aéreo do INEM. De acordo com o que se sabe, o traumatismo não parecia ter indicação extrema para helitransporte, até pelo contrário, porque há variações da pressão”, afirma.

Defendendo que as transferências deveriam ter em conta os meios disponíveis, sublinha que fazê-lo de ambulância teria demorado cerca de hora e meia, mas, para isso, implicaria “haver equipas” disponíveis.

“Este transporte de ambulância implica que haja equipas para os transportar na ambulância e têm de ser mobilizadas pelo hospital que envia o doente, e o hospital da Covilhã poderia não ter disponibilidade”, admite.

O comentador SIC argumenta que o SNS falhou “como um todo” até porque, apesar de ser tutelado pelo Governo, “tem gestores”. “A falha é do sistema”, defende.

O atraso, no entanto, não terá tido impacto direto na condição do doente, revela. Francisco Goiana da Silva conclui pedindo ainda que a utilização dos meios seja adequada de acordo com a necessidade.