Guerra Rússia-Ucrânia
O Presidente norte-americano tinha dito anteriormente que pretendia telefonar a Zelensky e aos principais líderes europeus para os informar sobre o resultado do encontro presencial que terá com Putin na sexta-feira em Anchorage, no Alasca.
Julia Demaree Nikhinson/AP
O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu esta quinta-feira a possibilidade de dirigentes europeus participarem numa reunião com os chefes de Estado russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, no seguimento da cimeira com o líder do Kremlin no Alasca.
“Vamos reunir-nos com o Presidente Putin, o Presidente Zelensky e comigo, e talvez levemos alguns líderes europeus, ou talvez não. Não sei”, declarou Donald Trump, deste modo errático, em conferência de imprensa na Casa Branca.
Apesar de ter aberto a possibilidade de marcar de imediato uma cimeira tripartida alargada a Zelensky, caso a reunião com Putin produza resultados, Trump não tinha ainda levantado a ideia de incluir dirigentes europeus.
Na quarta-feira, Donald Trump teve uma reunião virtual com Zelensky, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e vários líderes europeus, incluindo o alemão Friedrich Merz, o britânico Keir Starmer e o francês Emmanuel Macron, para ouvir as suas posições.
O Presidente norte-americano antecipou hoje “um bom encontro” com Putin, mas insistiu que uma reunião que inclua Zelensky seria “mais importante” para o fim da guerra, iniciada por Moscovo em fevereiro de 2022.
O líder norte-americano indicou que há apenas 25% de hipóteses de este encontro não ser satisfatório e manifestou confiança de que Putin deseja chegar a um acordo, apesar de a Casa Branca ter reduzido as expectativas ao afirmar que a reunião servirá para Trump “obter uma melhor compreensão” da forma de acabar com a guerra.
A presidência russa observou esta quinta-feira que prevê “discussões complexas” entre Trump e Putin, mas, frisou, que os dois líderes não vão assinar nenhum documento.
“Não é esperado. Nada foi preparado. Dificilmente haverá um documento”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em declarações à televisão pública russa, a propósito da possibilidade de os dois presidentes subscreverem um texto formal sobre a guerra na Ucrânia.
A possibilidade de troca de territórios como parte de uma solução para o conflito, anteriormente apontada por Trump, tem sido evitada pelos principais intervenientes, após Zelensky ter recusado fazer qualquer cedência, enquanto exige um cessar-fogo como primeiro passo para um acordo de paz.
Esta posição foi secundada pelos principais líderes europeus e transmitida a Trump na reunião virtual realizada na quarta-feira, dando conta de que Kiev e a Europa têm de ser parte da solução.
“Os interesses fundamentais da segurança europeia e ucraniana devem ser protegidos” na reunião, alertou o chanceler alemão, Friedrich Merz, que tomou a iniciativa destes contactos prévios.
De acordo com o Kremlin, a reunião tem início às 11:30 locais (20:30 em Lisboa), na base militar de Elmendorf-Richardson nos arredores de Anchorage, no Alasca, e será seguida de uma conferência de imprensa conjunta.
Em primeiro lugar, haverá um encontro presencial entre os dois líderes, seguido de delegações compostas por cinco altos funcionários, que incluirá um pequeno-almoço de trabalho.
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