O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que quer chegar a “acordos à medida”, de “alta costura”, com os países cujas importações Washington está a taxar punitivamente e que já manifestaram disponibilidade para negociar.
“As coisas estão a correr muito bem para nós, estamos a fazer aquilo a que chamo acordos à medida, não de pronto-a-vestir, mas alta-costura”, disse o Presidente norte-americano na Casa Branca, numa cerimónia de assinatura de várias ordens executivas para impulsionar a produção de carvão.
“Neste momento, o Japão está a caminho de fechar um acordo, a Coreia do Sul também. E outros”, adiantou o Presidente norte-americano, pouco depois de mais um dia de grande volatilidade e perdas nos mercados acionistas norte-americanos.
Já o representante dos EUA para o Comércio, Jamieson Greer, assegurou que não se admitem “isenções nem exceções” a curto prazo para a aplicação das taxas alfandegárias impostas por Donald Trump.
Em declarações na comissão senatorial das Finanças, afirmou que tinha ficado claro que não há espaço para dispensas, por se entender que essa estratégia de ‘queijo suíço’ mina a pretendida reciprocidade das taxas.
A Casa Branca confirmou esta terça-feira que os Estados Unidos passarão a taxar a 104% as importações chinesas a partir de quarta-feira, cumprindo a ameaça de aumento das tarifas em 50 pontos percentuais.
Numa escalada significativa da guerra comercial iniciada por Washington, Pequim decidiu impor uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos a partir de quinta-feira.
Apesar de diversos alertas, incluindo da própria Reserva Federal norte-americana, sobre o impacto da taxação punitiva do comércio na inflação e no crescimento económico dos Estados Undos e resto do mundo, na cerimónia dedicada ao carvão Trump vangloriou-se das suas políticas alfandegárias, que qualificou de “libertação” dos Estados Unidos.
Segundo o Presidente norte-americano, quase 70 países já contactaram o seu governo para negociar a retirada das tarifas que começaram a ser aplicadas na semana passada.
Trump disse mesmo que o único problema é que há tantos países interessados em negociar com Washington que a sua equipa não conseguirá “servir tantos tão rapidamente”.
Mas, sublinhou, não há pressa, pois os Estados Unidos “já estão a receber dinheiro” graças às tarifas que as empresas têm de pagar na alfândega para importar produtos estrangeiros.
Trump estimou que os cofres norte-americanos estão a encaixar “2 mil milhões de dólares por dia” com estas tarifas.
“É muito dinheiro. E os Estados Unidos vão voltar a ser muito ricos, muito em breve. Vão ver isso”, disse.
O Presidente reiterou ainda que alguns países trataram os Estados Unidos “de forma muito injusta” ao longo dos anos, e destacou em particular a China, que “tirou partido” do seu país, “o defraudou” e “o deixou para morrer”.
Na Casa Branca, Trump assinou ordens executivas com o objetivo de “impulsionar” a extração de carvão nos Estados Unidos, prevendo que deverá “mais do que duplicar” a sua produção de eletricidade, sobretudo para responder ao crescimento da inteligência artificial.
Os textos que ratificou, rodeado de mineiros equipados, visam remover as barreiras regulamentares à extracção de carvão e suspender os encerramentos planeados de numerosas centrais eléctricas a carvão em todo o país.
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