Tal como havíamos avançado na semana passada, Bruxelas deu luz verde à utilização dos novos scanners para transportar líquidos com mais de 100ml nos aeroportos da UE.

Atenção que ainda estão a ser implementadas as novas regras
A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira, 29 de julho, a aprovação da instalação de scanners de nova geração nos aeroportos da União Europeia. Estes equipamentos permitem aos passageiros transportar líquidos com mais de 100 mililitros na bagagem de mão, sem necessidade de os remover no controlo de segurança, tal como os dispositivos eletrónicos.
A decisão surge após uma avaliação técnica da Conferência Europeia da Aviação Civil (ECAC), que recomendou a adoção da nova tecnologia. Com base nesse parecer, a Comissão deu o seu aval formal à utilização destes sistemas, que representam uma mudança significativa nas regras de segurança aeroportuária aplicadas desde 2006.
Nova tecnologia, maior eficiência
Os novos scanners utilizam tomografia computorizada (CT), uma tecnologia que oferece imagens detalhadas do conteúdo da bagagem. Combinada com sistemas de deteção avançada de explosivos, permite analisar líquidos em recipientes superiores a 100 ml, mantendo elevados níveis de segurança.
Graças a esta inovação, os passageiros deixam de ter de retirar garrafas, frascos ou computadores portáteis durante a inspeção, o que se traduz numa passagem mais rápida e cómoda pelos controlos.
Esta tecnologia já se encontra implementada em cerca de 700 scanners distribuídos por 21 Estados-membros da União Europeia.

No Terminal 1 do Aeroporto de Milão Linate e Milão Malpensa, é novamente permitido transportar líquidos, aerossóis e géis em recipientes individuais com capacidade máxima de 2 litros, sem a necessidade de os separar da bagagem de mão.

Aplicação faseada e informação obrigatória
Apesar da autorização da Comissão Europeia, a nova regra não entra em vigor automaticamente em todos os aeroportos. A decisão de implementar estes scanners cabe a cada aeroporto individualmente, que deve ainda informar claramente os passageiros sobre a disponibilidade da tecnologia.
A porta-voz da Comissão para os transportes, Anna-Kaisa Itkonen, esclareceu:

Isto não significa que agora todos os passageiros na União Europeia possam levar consigo embalagens maiores de líquidos. A responsabilidade de informar os passageiros continua a ser de cada aeroporto.

A introdução desta tecnologia vem corrigir limitações impostas após os atentados de 11 de setembro de 2001 e os incidentes com voos transatlânticos em 2006, que motivaram a adoção da regra dos 100 ml para líquidos, aerossóis e géis.
A Comissão Europeia espera agora que, com esta nova geração de scanners, seja possível reforçar a segurança e, ao mesmo tempo, melhorar a experiência dos passageiros nos aeroportos europeus.