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Universidade de Colúmbia expulsa e revoga diplomas a estudantes pró-palestinianos | EUA

A Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque, anunciou esta quinta-feira a suspensão, expulsão e revogação temporária de diplomas a um número indeterminado de estudantes envolvidos em protestos pró-palestinianos em 2024. Em causa está sobretudo a ocupação de um edifício do campus nova-iorquino, o Hamilton Hall, que terminou com dezenas de detenções em Abril.

O anúncio da decisão, feito através de um e-mail geral enviado na noite de quinta-feira e citado pela Associated Press e o New York Times, segue-se a um processo disciplinar de vários meses. Mas surge poucos dias depois de a Administração Trump ter elevado a pressão sobre a universidade nova-iorquina, que acusa de não ter protegido os seus estudantes judeus durante a vaga de protestos pró-palestinianos do ano passado, e de ter sido detido um dos líderes dos manifestantes, Mahmoud Khalil, que enfrenta agora a deportação.

O Governo norte-americano cancelou 400 milhões de dólares em verbas federais destinadas à Universidade de Colúmbia, uma das cerca de 60 instituições de ensino que constam agora de uma lista elaborada pelo Departamento de Educação, que acusa as universidades de terem permitido actos anti-semitas. Da lista constam ainda Harvard, Berkeley, Yale, Princeton, Stanford, UCLA ou Johns Hopkins, esta última alvo de um corte de 800 milhões de dólares e forçada esta quinta-feira a anunciar o despedimento de 2000 trabalhadores por escassez de verbas. A Administração Trump, no entanto, não indicou o motivo do corte aplicado à Universidade Johns Hopkins, ao passo que justificou a retirada de verbas a Colúmbia pela gestão dos protestos de 2024.

Khalil, um palestiniano de origem síria, recém-formado pela Universidade de Colúmbia, está detido desde o fim-de-semana numa prisão do ICE, a polícia de imigração norte-americana, no estado da Luisiana. A milhares de quilómetros de distância, em Nova Iorque, um juiz federal ordenou pela segunda vez a suspensão de um anunciado processo de deportação e, paralelamente, a defesa do activista pediu a sua libertação junto de um tribunal no Luisiana. Até ao momento, resposta da parte do Governo.

Apesar de o palestiniano não estar formalmente acusado de qualquer crime, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio ordenou a retirada da sua autorização de residência permanente, o chamado “green card“, e a sua deportação ao abrigo de uma lei de 1952 raramente invocada e contestada por vários juízes e penalistas. A Casa Branca aponta explicitamente o papel de Khalil nos protestos de 2024 como o motivo para a punição, acusando o palestiniano de ter estado envolvido em acções de intimidação de estudantes judeus e de distribuição de propaganda terrorista. A defesa de Khalil e o movimento estudantil pró-palestiniano negam as acusações.

Esta quinta-feira, um grupo de cerca de uma centena de activistas pró-palestinianos maioritariamente judeus invadiu o átrio da Torre Trump em Nova Iorque, exigindo a libertação de Khalil. O apelo é repetido por organizações de direitos humanos, como a ACLU e a Amnistia Internacional, e por vários elementos democratas do Congresso. “Se o Governo federal pode fazer desaparecer um residente legal e permanente dos EUA sem qualquer razão ou mandado, então também podem fazer desaparecer cidadãos americanos”, alertou Alexandria Ocasio-Cortez. “Deter um estudante por exercer a sua liberdade de expressão é algo que esperamos da Rússia, não da América”, declarou por seu turno, no Senado, o democrata Chris Murphy.

A Universidade de Colúmbia não revelou publicamente os nomes dos antigos e actuais estudantes visados pelas sanções disciplinares anunciadas esta quinta-feira, citando leis federais de preservação da privacidade. Vários elementos do Partido Republicano no Congresso têm precisamente exigido a Colúmbia e ao Barnard College, outra instituição de ensino superior, a identificação dos activistas envolvidos nos protestos de 2024, sob ameaça de retirada de financiamento federal às duas universidades. Esta quinta-feira, advogados de Khalil e de outros estudantes sob anonimato entraram com uma acção em tribunal para impedir as duas instituições de partilhar os nomes dos estudantes com o Congresso.

Ao passo que a Administração Trump argumenta que está em causa o combate ao anti-semitismo, os seus críticos acusam o Governo de restringir o exercício da liberdade de expressão e de protesto. Nos protestos dos últimos dias, Khalil foi descrito pelos manifestantes como um “preso político”. A sua detenção, que Donald Trump veio dizer que será “a primeira de muitas”, acontece depois de ter sido noticiado pelo site Axios que o Departamento de Estado vai investigar a actividade nas redes sociais de cidadãos estrangeiros presentes nos Estados Unidos em busca de indícios de apoio a grupos terroristas, incluindo o Hamas.

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