O uso de sistemas robóticos em cirurgias em casos de cancro do pulmão é cada vez mais frequente na Península Ibérica. Em 2024, foram realizados 1730 procedimentos cirúrgicos com recurso ao sistema robótico da Vinci, um aumento de 25% em comparação com o ano anterior.
A opção por esta tecnologia é baseada na própria complexidade da operação. “No tratamento cirúrgico do cancro do pulmão, é crucial efetuar disseções o mais completas possível, o que é determinante para um bom resultado na sobrevivência dos doentes”, explica Fernando Martelo, diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital da Luz – Lisboa.
“A capacidade de manobra e de disseção dos instrumentos robóticos, em espaço anatómico reduzido, permite maior precisão e segurança cirúrgica. Além disso, o sistema robótico da Vinci possibilita realizar cirurgias mais complexas, com maior destreza e com melhor preservação do tecido pulmonar.”
O Hospital da Luz passou a usar o sistema Da Vinci Xi HD em janeiro. Desde então, foram realizados 224 procedimentos cirúrgicos com o auxílio robótico, tendo 83% deles sido em casos de cancro do pulmão.
Em 2022, esta doença foi responsável por 1,8 milhões de mortes no mundo, segundo o IARC Global Cancer Observatory da Organização Mundial de Saúde, Em Portugal, os dados também são alarmantes: 4490 mortes em 2023, sendo este o valor mais alto dos últimos 20 anos.
O tabagismo continua a ser a principal causa deste tipo de cancro, mas 25% dos casos ocorrem em não fumadores. A exposição prolongada a partículas finas pode aumentar a probabilidade de desenvolver a doença, sendo mais frequente em mulheres e indivíduos expostos à poluição do ar.
A rápida deteção do cancro é fundamental para aumentar a probabilidade de sucesso do tratamento. “O aumento de doentes diagnosticados ainda em estadio precoce da doença será um contributo importante para a diminuição da mortalidade por cancro do pulmão, em Portugal”, analisa Fernando Martelo.
No caso do Hospital da Luz, a taxa de “sobrevivência dos nossos doentes foi de 96,2% ao primeiro ano, 92,4% ao terceiro ano e 87,2% ao quinto ano, encontrando-se a maioria dos doentes, na data da cirurgia, no estadio 1”, acrescenta.
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