António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros, explica que os três grandes incêndios ativos em Portugal obrigam a uma “dispersão” de meios de combate por serem muito distantes uns dos outros, o que não é favorável. O responsável acrescenta que estes fogos deverão ficar ativos “mais algum tempo”.

Há três grandes incêndios ativos em Portugal: Ponte da Barca, Arouca e Penamacor. No terreno estão mais de 1.000 operacionais.

António Nunes refere que há uma “dispersão muito grande” entre os três incêndios, o que obriga a uma “dispersão” de meios de combate, situação que “complica” o trabalho dos operacionais.

“Vamos ter incêndios por mais algum tempo (…)”, afirma.

A estratégia para esta madrugada vai ser “diferente” nos três incêndios. O presidente da Liga dos Bombeiros considera que, neste momento, a situação mais complicada será em Penamacor, distrito de Castelo Branco, porque há “aldeias no caminho das chamas”.

A maior dificuldade do combate às chamas tem sido o vento, que provoca “situações bastante complicadas”.

“Muitas vezes os meios aéreos são conforto, não são mais nada. Muitas vezes as zonas no topo das montanhas onde não há acessos de consolidação por via dos bombeiros é muito difícil. O que se cria é abrandamento das chamas, evita-se que se encaminhe para algumas zonas”, esclarece.

Questionado sobre a origem dos fogos, António Nunes diz que “qualquer negligência ou ato criminoso” tem uma “consequência desastrosa” depois de duas semanas muito quentes e de haver plantas em “stress hídrico”.

Na Edição da Noite da SIC Notícias, acrescenta ainda que, apesar de as estratégias estarem assimiladas, os bombeiros estão “treinados para uma retirada estratégica, se houver necessidade”. O principal objetivo é “evitar mortes”.

Incêndio de Penamacor

Um incêndio que começou na freguesia de Aranhas, em Penamacor, progrediu entre Aldeia do Bispo e Aldeia de João Pires e tem agora outra frente, que avança para a localidade de Bemposta.

O presidente da Câmara de Penamacor receia que já possam ter ardido habitações, depois de terem sido ouvido “estrondos” de “rebentamento de botijas de gás”.

No terreno estão mais de 415 operacionais e 140 viaturas.

Incêndio de Ponta da Barca

O incêndio de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, continua fora de controlo. O vento forte e a falta de acessos estão a dificultar o trabalho dos cerca de 400 bombeiros no terreno.

O fogo esteve perto de várias povoações e obrigou mesmo à retirada de pessoas de cassajunto à linha de fogo. Foi ativado oPlano Municipal de Emergência e Proteção Civil (PMEPC). 

De acordo com aquela legislação, “todos os cidadãos e demais entidades privadas estão obrigados, no território continental, a prestar às autoridades de proteção civil a colaboração pessoal que lhes for requerida, respeitando as ordens, orientações e solicitações que lhes sejam dirigidas, correspondendo a recusa do seu cumprimento ao crime de desobediência”.

Incêndio de Arouca

O incêndio que deflagrou esta segunda-feira em Arouca, no distrito de Aveiro, tem atualmente seis frentes ativas. Estão mais de 500 bombeiros no terreno, apoiados por dezenas de viaturas. As chamas estão com muita intensidade.

O incêndio de Arouca levou, esta segunda-feira à tarde, ao encerramento temporário dos passadiços do Paiva e da ponte suspensa.

[Artigo atualizado pela última vez às 23:49]