A marca espanhola Mango ultrapassou os três mil milhões de euros de facturação em 2024, registando um lucro líquido de 219 milhões de euros, mais 27% do ano anterior, anunciaram nesta segunda-feira, em comunicado enviado à imprensa. Desde 2019, avança a mesma nota, a empresa aumentou as suas receitas em 40%, “superando a média do sector”, mantendo o foco nas lojas físicas em 120 mercado globais.
“Estamos muito satisfeitos por apresentar os excelentes resultados do ano de 2024. As nossas vendas cresceram 7,6% e melhorámos significativamente a nossa rendibilidade”, declarou o CEO da Mango, Toni Ruiz, na apresentação dos resultados à imprensa, destacando o potencial “atractivo” da proposta da marca e a “solidez do modelo de negócio”.
O resultado bruto de exploração (indicador de rentabilidade) da Mango atingiu os 636 milhões de euros, um aumento de 19% relativamente a 2023. O crescimento da facturação nos 3339 milhões de euros justifica-se também “por uma melhoria da margem bruta, que se situa em 60,7% das vendas, bem como por uma melhoria da rendibilidade”, destaca o comunicado, lembrando que a empresa pretende atingir os quatro mil milhões de facturação até 2026.
O pilar do negócio continua a ser a linha feminina, que é responsável por 79% da facturação total. Reforça, ainda, o crescimento das linhas Masculina, Kids e Teen — em Janeiro deste ano, esta última abriu a primeira loja em Portugal no Centro Vasco da Gama, em Lisboa.
Além dos resultados positivos, a empresa de fast fashion investiu um total de 219 milhões de euros na expansão e renovação da rede de lojas, “bem como em inovações tecnológicas, na ampliação da capacidade logística e no novo Mango Campus”. E Toni Ruiz celebra: “Estamos no melhor momento da nossa história e estamos a fazer o necessário para levar a Mango a uma nova etapa de crescimento. O projecto da Mango pulsa com mais força do que nunca.”
O CEO da Mango, Toni Ruiz (ao centro), a CFO, Margarita Salvans (à esquerda) e o responsável pelos franchises, Daniel Lopez (à direita)
QUIQUE GARCIA/EPA
Em 2024, destacam a abertura de mais de 260 lojas — parte de um plano de abrir mais 500 lojas até 2026. Assim, até ao fecho do ano fiscal, a empresa tinha 2500 pontos de venda em mais de 120 mercados globais. Como resultado, o canal físico alcançou 2200 milhões de facturação, sendo que a loja online representa um terço com 1100 milhões de euros em vendas.
O mercado internacional soma 78% da receita total do ano de 2024, sendo que os países de maior facturação mantêm-se os mesmos do último relatório: Espanha, França, Turquia, Alemanha e EUA, seguidos por Itália, Reino Unido e Portugal, onde a marca chegou em 1992.
Por cá, detalha a Mango ao PÚBLICO, são 50 pontos de venda com 460 trabalhadores. Para 2025, estão previstas mais três lojas, uma no “sul do país” e outros dois espaços no Porto, que terão as três linhas — Mulher, Homem e Criança. Mundialmente, contrataram mais de 900 funcionários durante o ano, ultrapassando a marca dos 16.400 trabalhadores.
No mesmo relatório, a Mango diz ainda que “deu importantes passos” nos planos de sustentabilidade durante o ano passado, incluindo em prol da meta de utilizar 100% “de fibras de menor impacto ambiental até 2030”, tendo já “alcançado a utilização de 72% destas fibras”. Contudo não especifica a que fibras têxteis (algodão, viscose, poliéster, etc.) se referem, detalhando apenas que 25% já são recicladas.
A apresentação de contas da marca foi a primeira desde a morte do seu fundador, Isak Andic. O empresário, que era a pessoa mais rica da Catalunha, tinha 71 anos e morreu a 14 de Dezembro quando caiu de uma ravina junto às grutas de Salnitre, na montanha de Montserrat, em Barcelona.
A primeira loja da Mango abriu em 1984 no Passeig de Gràcia, em Barcelona. A etiqueta é a principal rival do grupo Inditex em Espanha. A empresa de Amancio Ortega ainda não divulgou os dados finais relativos de 2024, mas, nos primeiros nove meses do ano, alcançou os 27,4 mil milhões de euros em vendas. De ressalvar que a Inditex inclui não só a Zara, mas também outras marcas como a Lefties, a Massimo Dutti, a Pull&Bear ou a Stradivarius.
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