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No ano passado 22 pessoas foram mortas em contexto de violência doméstica. 2024 foi também o ano em que mais vezes foi usado o botão de pânico. Mais de 21 mil pessoas foram assistidas através deste serviço de proteção e segurança.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) receberam no ano passado mais de 30 mil queixas (30.086) por situações de violência doméstica. 22 pessoas morreram: 19 mulheres e três homens.
Os dados foram divulgados, esta terça-feira, pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG).
“Estamos perante um crime que viola princípios básicos de direitos humanos e, portanto, [estes dados] devem servir para que todos possamos olhar, refletir sobre eles e desenhar políticas de intervenção”, salienta Manuel Albano da CIG.
Carla Ferreira, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), lembra que além das 22 pessoas “que perderam a vida por causa de um contexto de violência doméstica”, há muitas “outras situações reportadas às autoridades polícias e serviços de apoio”.
A APAV revela, ainda assim, que apesar de haver mais pessoas a pedir ajuda, o número de vítimas continua a ser muito superior ao registado oficialmente.
“É uma ponta de um iceberg um bocadinho maior ao longo dos últimos anos, temos tido mais pedidos de ajuda, mas não tenho dúvida nenhuma de que temos aqui um número muito significativo de vitimas que está ocultada” e isso deve-se a várias razões, entre as quais, “dependência financeira, emocional, por acreditarem que se denunciarem a situação nada vai mudar”.
No ano passado, o número de pessoas abrangidas pela teleassistência foi o mais elevado de sempre. Mais de 21 mil pessoas (21.608) foram obrigadas a usar o botão de pânico.
“Dando a sua geolocalização (…), o call center avalia a situação e se verificar que é uma situação de perigo para a vítima, aciona o meio policial mais próximo”, explica Manuel Albano.
O número de detidos aumentou 3,2% relativamente ao ano anterior. Nas cadeias portuguesas estavam a cumprir prisão efetiva pelo crime de violência doméstica 4.057 agressores.
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